Recomendo: Livro "O Refúgio Secreto"
No último post, comecei essa pequena “série”, recomendando livros clássicos que apesar de antigos ainda são muito tocantes e que marcaram muito a minha vida. No post passado falei sobre o livro “O Contrabandista de Deus”, do irmão André. No post de hoje quero falar sobre este livro que tem sido uma inspiração na vida de cristãos em todo o mundo por mais de 50 anos.
Quando estive em Israel, em 2009, eu tive a honra de visitar o Museu do Holocausto. Para mim, de tudo que vimos naquela viagem, aquele lugar foi um dos que mais me marcou. Ali estão beliches, uniformes, sapatos, fotos, lembranças e relatos tão vívidos de todo o sofrimento que milhões de judeus experimentaram nos campos de concentração do 3º. Reich, comandado por Adolf Hitler.
É impossível não se emocionar dentro daquele lugar ao imaginar os horrores vividos por este povo perseguido pela mente insana de um ditador. O livro “O Refúgio Secreto” também conta parte desse horror.
“É para isso que serve o passado. Cada experiência que Deus nos dá, cada pessoa que Ele coloca em nossas vidas é a preparação perfeita para o futuro que só Ele pode ver.”
Essa é uma frase impactante, mas ela se torna ainda mais vívida quando descobrimos que ela foi escrita por Corrie Ten Boom, autora do livro “O Refúgio Secreto”. E Corrie esteve diretamente inserida em um dos contextos mais tenebrosos da história humana.
O livro inicia seu relato contando as lembranças da infância da autora, sua vida no interior da Holanda, seu trabalho ajudando o pai na relojoaria da família (ela se tornou a primeira mulher a ser licenciada como relojoeira da Holanda), as visitas dos amigos, a doença da mãe, e por fim a luta na resistência quando da invasão alemã à Holanda e a batalha para tentar salvar alguns judeus.
Essa parte do relato é linda e marcante ao vermos como essa família vivia o Evangelho no seu dia a dia. É lindo ler como havia amor entre eles e como esse amor impactava a comunidade em volta deles. Para mim, a figura que se destaca nesse relato é a figura do pai, Casper Ten Boom. Que homem admirável!
Um relato mais completo sobre a família ten Boom pode ser encontrado no também emocionante livro “Na Casa de Meu Pai”, também escrito por Corrie. Na verdade, eu indicaria que se lesse esse livro primeiro e depois “O Refúgio Secreto”.
A Holanda estava ocupada pelos alemães, durante a Segunda Guerra Mundial. O ano era 1942, e judeus holandeses começaram a ser perseguidos, por serem considerados inferiores à raça ariana. Essa família de cristãos holandeses por amor ao Evangelho e obedecendo ao mandamento de amar ao próximo, decidiu esconder alguns judeus em sua casa, em um quarto secreto, para protegê-los, mesmo que isso fosse um imenso risco para eles.
Foto da entrada para o quarto secreto na casa dos Ten Boom
Mas ao serem descobertos, eles são levados para o campo de concentração e ali vivenciam situações de horror, de perda de amigos e parentes, mas apesar disso, é emocionante e impactante ver como Corrie e sua família não perdem a fé em Deus, mesmo em meio ao sofrimento absurdo. Na verdade, ela disse: “Nas trevas, a verdade de Deus brilha ainda mais!”
Poderia comentar algumas outras coisas, mas não quero colocar nenhum spoiler aqui, ou seja, não quero estragar a surpresa de quem for ler este livro pela primeira vez. Esse relato é tão tocante que tenho impressão de que tudo que estou dizendo aqui neste post não faz jus ao conteúdo do livro. É uma história de amor ao próximo, de sofrimento, de milagres e de como podemos ser cheios do amor de Deus mesmo em meio às mais terríveis circunstâncias.
A fé dessa mulher era tão impressionante que ela disse: “Felicidade não é algo que depende do que nos cerca. É algo que fazemos dentro de nós.” E sabemos que não eram apenas palavras vazias, mas cheias de verdade.
Felicidade não é algo que depende do que nos cerca. É algo que fazemos dentro de nós. (Corrie Ten Boom)
Casa da família Ten Boom na cidade holandesa de Haarlem
Corrie Ten Boom, depois que saiu do campo de concentração, se tornou conferencista internacional e autora de vários livros, compartilhando sua história e pregando principalmente o amor de Deus e o poder do perdão no mundo todo. Ela foi homenageada pelo Estado de Israel, em 1967, com a inclusão do seu nome no rol dos “Justos entre as Nações”. Ela faleceu em 1983, no dia em que completava 91 anos. Hoje a casa de sua família na cidade holandesa de Haarlem é um museu em homenagem a essa heroína da fé e a sua família.
(Fonte dos dados sobre honraria recebida e data de falecimento: Wikipedia)
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